A resposta curta? Estamos todos a jogar o mesmo jogo. A maioria dos blogs está otimizada para algoritmos — não para pessoas. Os temas são escolhidos com base no volume de pesquisas, e não na originalidade. Assim que um assunto conquista grandes níveis de atenção — como por exemplo, “Principais Tendências de Web Design para 2025” — surgem centenas de artigos quase idênticos, que pouco ou nada acrescentam à conversa. É como se a web tivesse começado a ecoar a si própria.
Isto não é necessariamente mau. Informação útil merece ser repetida. Mas quando todos escrevem com o mesmo tom, a mesma estrutura e a mesma abordagem, o conteúdo deixa de ser rei. Torna-se banal.
Comecei a perguntar-me: qual é o sentido de ter um blog, se estamos todos a dizer a mesma coisa?
Quando surgiram, os blogs eram crus, pessoais. Eram o equivalente digital de um caderno, de um púlpito, de uma carta aberta ao mundo. Mas algures pelo caminho, passaram de expressão a estratégia. E talvez, só talvez, seja aí que reside o seu futuro.
Porque apesar desta repetição constante, continuo a acreditar que os blogs são relevantes… não por estarem cheios de dicas ou tendências, mas porque oferecem algo que nenhuma IA ou “fábrica de conteúdo” consegue replicar: perspetiva.
O que torna um blog valioso não é o seu posicionamento nos motores de busca. É a honestidade com que comunica.
Vemos isso com frequência. Os artigos onde partilhamos lições de um projeto mais desafiante, conversas sinceras entre a equipa, ou a nossa opinião real sobre uma ferramenta que está na moda — são esses que geram comentários, partilhas e conversas reais.
As pessoas não querem mais ruído. Querem clareza. Querem voz. E sim, continuam a querer conteúdo — mas só se sentirem que há alguém real do outro lado do ecrã.
Então, os blogs vão sobreviver? Vão evoluir. O conteúdo genérico vai desaparecer. E o que vai permanecer são os blogs que soam humanos.
Porque num mundo onde há conteúdo por todo o lado, o mais raro é a autenticidade.
A internet não precisa de mais conteúdo — precisa de melhores vozes.