Exposições Virtuais: Onde a Web e a Arte se cruzam.

Mais uma vez, veio-se a provar que o velho provérbio português, “a necessidade aguça o engenho” resiste à prova do tempo.  Com a pandemia e a subsequente suspensão de tudo o que era de foro presencial, o mundo viu-se forçado a mudar o seu modus operandi.

Marta Guimarães Ferreira
Mar 29 2022 • 3 min leitura
Exposições Virtuais: Onde a Web e a Arte se cruzam.

No mundo da arte, especificamente gerou-se um impasse: Apesar das instituições, das galerias e das residências artísticas terem fechado, os artistas continuaram a produzir, os museus continuaram com obras expostas a aguardar alguém que as contemplasse, e o público que já era interessado, permaneceu interessado.

Esta conjuntura, ainda que desafiante, levou ao aparecimento de exposições digitais imersivas, inspiradas, muitas vezes, no mundo do gaming e dos videojogos.

Foram estas mesmas exposições, que vieram restabelecer a ponte entre o público e o mundo da arte e que criaram, consequentemente, uma nova plataforma de exposição e de expressão artística.

Alguns exemplos de exposições virtuais:

  1. Foam Talent 2021, Fotografiemuseum Amsterdam
    Uma exposição anual de fotografia dedicada a jovens artistas fundada pelo Fotografiemuseum Amsterdam.

  2. Magical Reflections, Alte Nationalgalerie Berlin
    Uma experiência virtual imersiva concebida para Alte Nationalgalerie Berlin, pela Meta e pela Makemepulse (sendo os últimos, autores da exposição virtual Unconventional Gallery uma colaboração que une o artista David Shrigley e a marca de champagne Ruinart).

  3. The future in mind, EXPO DUBAI 2020
    Uma apresentação virtual, quase utópica, do pavilhão Canadiano na EXPO Dubai.

  4. Traces, Marina Abramović
    Experiência virtual imersiva, que conta com a curadoria da célebre artista Serva Marina Abramović.

  5. Janus Project, Pousio Arte e Cultura.
    Não podíamos terminar, sem mencionar o caso de um exemplo português. Pousio, uma associação cultural que abraçou destemidamente o desafio imposto pela pandemia e criou o projecto Janus, um conjunto de exposições virtuais que uniu jovens artistas e curadores num espaço de partilha, de diálogo e de criatividade.

Esta forma expositiva que engloba agora também o mundo da arte tem potencial para ser adaptada a muitos outros sectores, quem sabe o seu?

Por exemplo, para imobiliárias, promotoras imobiliárias e mesmo ateliers de arquitetura, uma virtual tour imersiva dos espaços, que ainda se encontram em fase de projeto, pode ser uma ferramenta útil para complementar as maquetes e as projeções 3d/fotografias, e para persuadir potenciais clientes.

Outros sectores, que têm comumente fundações ou coleções associadas, como a banca ou as sociedades de advogados, poderiam recorrer a este método para expor o seu acervo. No caso particular da advocacia porque não fazer uma tour virtual dos escritórios, cujos espaços costumam ser obras de arte “in their own right”?

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